Legenda: Leandro Firmino Rocha é coordenador de Busca Ativa Escolar na EMEF Valdici Alves Baier, que zerou a lista de estudantes em risco de evasão. 116 estudantes estavam em risco de evasão. Hoje, a lista está zerada. A Busca Ativa Escolar, desenvolvida pelo UNICEF, é uma estratégia que apoia governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão.
Leandro Firmino é coordenador de Busca Ativa Escolar na EMEF Valdici Alves Baier. A escola de Cariacica (ES) zerou a lista de estudantes em risco de evasão.
Tudo começa com um levantamento dos estudantes que acumularam três ou mais faltas sem justificativa. A partir daí, o registro desses alunos a a fazer parte de um processo de monitoramento com o objetivo de entender os motivos que estão impedindo a frequência escolar e quais ações podem ser tomadas para evitar o abandono.
Figura chave para esse trabalho é o coordenador de Busca Ativa Escolar, Leandro Firmino Rocha. Leandro atua na área da Educação há 11 anos, mas há três assumiu a missão de garantir que todo menino e menina matriculado na EMEF Valdici Alves Baier não deixe de frequentar as aulas.
“Depois desse levantamento, eu ‘busco’ cada aluno. Isso significa entrar em contato com a família dessa criança ou adolescente, seja por telefone ou pessoalmente, para comunicar o que está acontecendo e entender se a família está acompanhando o caso ou não.”
O educador conta que, muitas vezes, a família não tem conhecimento das faltas. Em outras, apesar de saber, não entende como pode reverter a situação ou não consegue fazer sozinha. É nesses momentos que uma aliança com a escola é formada e a Busca Ativa Escolar apoia a revinculação do estudante.
“A gente chama a família na escola, senta todo mundo e conversa sobre a importância desse menino ou menina estar matriculado e frequentar as aulas. Explicamos a importância da educação na vida de uma pessoa. Com isso, a família a a entender que, de fato, esse aluno precisa estar dentro da escola. A partir disso, família e escola am a atuar juntas e a monitorar se a frequência está melhorando ou não”, fala.
“Uma das coisas que mais me motiva é quando não são nem sete horas da manhã e eu vejo um pai ou uma mãe com o filho no portão da escola para garantir que esse menino ou menina não vai faltar. É gratificante. Ou quando alguém da família liga e pede para conferirmos se o aluno chegou aqui de fato. O interesse da família é muito importante”, disse.
Legenda: “Uma das coisas que mais me motiva é quando não são nem sete horas da manhã e eu vejo um pai ou uma mãe com o filho no portão da escola para garantir que esse menino ou menina não vai faltar. É gratificante”, explica Leandro Firmino Rocha, coordenador de Busca Ativa Escolar na EMEF Valdici Alves Baier, em Cariacica (ES).
Para além do monitoramento da frequência, o educador explica que o processo também compreende a reconquista daquele estudante, ou seja, estratégias para que ele volte a gostar de estar na escola e a aproveitar o que um ambiente de ensino tem para oferecer. Na EMEF Valdici Alves Baier, por exemplo, meninos e meninas am a ser convidados para fazer parte de projetos especiais, como a horta da escola.
“A gente faz uma reintegração para além do aprendizado. A gente tem feito uns trabalhos bem legais. Porque os estudantes pensam ‘Ah, eu vou para a escola ficar assim sentado’. E a gente quer mostrar que tem coisas legais para serem feitas na escola. São trabalhos diferenciados que são feitos, que fazem com que estudante e a ter um interesse maior em estar dentro da sala de aula.”
Todo esse esforço tem gerado resultados. Nos primeiros levantamentos realizados pela escola, 116 estudantes estavam em risco de evasão. Hoje, a lista está zerada. Além disso, desde 2021 o município de Cariacica vem utilizando a plataforma da Busca Ativa Escolar para o registro e monitoramento de casos de risco e de evasão escolar. Até o momento, a cidade já alcançou mais de 1.390 rematrículas cadastradas no sistema.
Sobre a Busca Ativa Escolar
A Busca Ativa Escolar é uma estratégia que tem o objetivo de apoiar os governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
No Espírito Santo, para ações de Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP, distribuidora de energia elétrica do estado, e com o apoio técnico do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC).